Uma manhã de descobertas, de abertura a novos itinerários e de múltiplas possibilidades para pessoas em privação de liberdade no Conjunto Penal de Itabuna. Assim foi a roda de leitura realizada na manhã dessa terça-feira (28), na unidade, que teve como fio condutor o livro Borrasca, da poetisa baiana Rita Santana.
O evento fez parte do projeto Palavra Feminina: Mulheres Negras na Construção Literária da Bahia. Nessa terça-feira, levado pela equipe de Serviço Social e de Pedagogia do Conjunto Penal, encontrou um público ávido por educação, poesia e arte.
O projeto, contemplado nos Editais da Lei Paulo Gustavo Bahia, tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, do Governo Federal.
O diretor do Conjunto Penal de Itabuna, Bernardo Cerqueira Dutra, abriu o encontro com palavras de incentivo aos reeducandos, para que acreditem no “poder de transformação de cada um, através da educação”. Dutra citou os diversos avanços na área educacional e na ressocialização em geral, e fez um convite a cada interno a abraçar uma atividade de ressocialização.
Como parte da atividade no Conjunto Penal de Itabuna, o projeto “Palavra Feminina: Mulheres Negras na Construção Literária da Bahia” realizou a distribuição gratuita de livros das autoras homenageadas. Entre os participantes internos, a alegria foi geral. “A iniciativa tem como objetivo reconhecer a produção literária de mulheres negras baianas e incentivar o hábito da leitura entre a população. Nada melhor do que fazer isso distribuindo as obras por todos os locais onde haja leitores e potenciais leitores”, afirmou3 o produtor cultural Eudes Santos.
De acordo com a pedagoga Rute Praxedes, que representou na Mesa a empresa cogestora Socializa, a leitura já é um hábito entre os reeducandos, nos diversos projetos de leitura em execução na unidade. “Mas o gênero poesia, apresentado da forma como foi, despertou novos olhares entre eles. O brilho nos olhos de muitos evidenciou a descoberta de uma nova paixão: foram fisgados pela poesia”, observou.
Para Eudes Santos, o projeto Palavra Feminina tem como proposta, além de democratizar o acesso à literatura, fomentar a criação de ambientes para leitura e discussão, incentivar a reflexão e o debate sobre as obras produzidas por escritoras negras.
Participaram da roda de leitura, além de Eudes Santos; a militante cultural Verena Palmeira (Proponente do projeto); a poetisa Cristal Ferraz (que a todos encantou com sua leitura de Rita Santana e com a declamação de poesias próprias); Mara Palmeira (Diretora de Cultura de Potiraguá); e Fabrício Alves (Presidente do Grupo CULTURALIZARTE – www.culturalizarte.com.br).
A iniciativa é uma realização do Ponto de Cultura da Associação Sócio Cultural de Potiraguá, com apoio institucional da Prefeitura de Potiraguá e Diretoria de Cultura de Potiraguá.