Diálogo e amor a terra são a base do sucesso da APRUNVE e da Mulheres Guerreiras

Por Redação Oxarope
03/07/2024

Publicado em - - -

Aprunve_1

“Hoje estamos caminhando a passos largos, mas já tivemos momentos difíceis. Onde ninguém tinha dinheiro, onde ninguém tinha recurso nenhum”, conta o presidente da Associação dos Produtores Rurais Unidos Venceremos (APRUNVE), Ailson Moronari.

Ele lembra que no início, quando eram um assentamento rural, o grupo passou por muitas dificuldades, mas por meio do diálogo com representantes da Veracel Celulose, as coisas começaram a mudar. “A diretoria antiga da APRUNVE se sentou com a Veracel para discutir sobre a área. E a Veracel cedeu a terra para irmos trabalhando. Ficamos durante 13 ou 14 anos, sem ter apoio de governo, sem ter apoio de ninguém, mas com o apoio da Veracel”, relata ele.

Localizada na zona rural de Porto Seguro, próxima ao Parque Nacional do Pau-Brasil, a área da APRUNVE conta hoje com cerca de 100 famílias de agricultores e com uma produção de mais de 50 produtos agrícolas, com destaque para café e cacau.

Segundo Moronari, os produtos da APRUNVE são comercializados em diversas feiras do município e, grande parte é destinada ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal. “Atendemos as feiras de Porto Seguro. Inclusive o programa PAA é atendido, praticamente de 70 a 75% com produtos da APRUNVE’, destaca ele ao falar sobre as conquistas da associação.

DE VENTO EM POLPA – Moronari conta que além de ceder a terra, a empresa de celulose passou a apoiar as necessidades da associação. “Por exemplo, kit irrigação, ajuda técnica com o apoio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. E por aí, fomos andando a passos lentos, mas fomos caminhando. Hoje estamos na condição que estamos, em grande produção” comemora.

Ele diz que após a conversa com representantes da Veracel, o grupo formou a associação e acabou negociando a terra com a empresa. “Não é mais assentamento. É a comunidade que vai de vento em polpa, bem apoiada pela Veracel e todo mundo trabalhando em comum acordo”, destaca.

A Esalq, segundo Moronari, trouxe conhecimentos técnicos e ambientais.  Os agricultores participaram de vários cursos. “Começamos a adquirir conhecimento e todo mundo está produzindo em alta, graças a Deus”.

Além do apoio técnico, a empresa de celulose colaborou com a agroindústria, o galpão Parking House, com a doação de tratores, de implementos, com kits de irrigação para todos os agricultores e com adubo orgânico. “A Veracel é a peça-chave para estarmos na situação que estamos hoje”, conclui.

NÃO HÁ MONOCULTURA – As falas de Moronari são complementadas pela agricultora Maria José Ferreira Ramos, de 65 anos. Ela é a presidente da Associação de Mulheres Produtoras Rurais Agroecológicas (AMPRA), conhecida como Associação Mulheres Guerreiras.

Maria José salienta que nenhum dos agricultores da APRUNVE faz monocultura, todos trabalham com agricultura consorciada. “É banana com café. É banana com goiaba, com limão. Então, a gente aproveita bastante o espaço”, destaca ela.

A presidente da Mulheres Guerreiras explica como o plantio consorciado na área da APRUNVE, garante a sustentabilidade da produção.  “Antes de plantar o cacau, a gente planta a banana. Enquanto o cacau está pequeno, a gente vai tirando a banana para cobrir as despesas do cacau.  Depois, a banana cresce, a gente tira a banana e deixa o cacau, que já começou a produzir e já está dando uma rentabilidade”.

E foi justamente para garantir o aproveitamento deste excedente que nasceu a AMPRA, mais um dos “frutos” da parceria Veracel e APRUNVE, que conta com um grupo de 23 mulheres.

Maria José destaca que com o apoio técnico da Esalq, o grupo fez o projeto da agroindústria, que foi apresentado a Veracel. “Não tínhamos condições de construir uma cozinha. Nós fazíamos nos fundos das nossas casas. Conversamos com representantes da Veracel e eles pediram para nós nos organizarmos, que eles estavam dispostos a nos ajudar”.  Após esta conversa, o grupo registrou a associação.

Hoje a AMPRA, ou associação Mulheres Guerreiras, produz geleias, bolos, chips de bananas e aipim, que são comercializados em feiras de eventos organizados pelo Sebrae, por exemplo, e atendendo a coffee breaks.  

AGRICULTURA FAMILIAR, UMA FERRAMENTA DE GERAÇÃO DE RENDA

Segundo o gerente de Responsabilidade Social e Comunicação da Veracel Celulose, Alexandre Campbell, a Veracel acredita que a agricultura familiar é uma ferramenta de geração de renda e de uso compartilhado do território. “Nós acreditamos que são ações como essa que geram renda para a comunidade, e conseguem fazer a agricultura familiar socioambiental e sustentavelmente. Por isso, acreditamos muito nesse modelo de agricultura familiar”, salienta ele.

O grande objetivo da Veracel, diz ele, ao apoiar projetos como a APRUNVE, é gerar a autonomia. Ou seja, para que a médio ou longo prazo, eles possam caminhar sozinhos, gerar renda e gerar oportunidades. “Lá na APRUNVE, por exemplo, surgiu a AMPRA, que é a associação de Mulheres Guerreiras. A partir do sucesso da APRUNVE, as mulheres da comunidade se uniram e formaram essa associação, para justamente beneficiar os produtos que são gerados lá e gerar mais valor”.

Ele lembra que a empresa apoia também a associação Mulheres Guerreiras e ressalta que o objetivo da Veracel é que elas consigam se desenvolver. “Continuamos próximos, gerando um bom diálogo e continuamos apoiando-os”, reforça ao falar das duas associações.

Campbell enfatiza que a APRUNVE e a Mulheres Guerreiras são associações formadas por pessoas realmente comprometidas em produzir com qualidade, respeitando o meio ambiente e gerando renda. “Ficamos felizes de ver o quanto eles evoluíram. É um motivo de muito orgulho para nós”, conclui.

1678540344banner-970x90-bello.png

Mais recentes

Projeto Anjinhos da Praia em Porto Seguro

Com o objetivo de promover a educação e a segurança aquática entre crianças de 7 a 12…

Produção industrial baiana recua em novembro, com quedas em comparação anual e mensal

A produção industrial na Bahia registrou queda de 0,6% em novembro de 2024 em relação a outubro,…

Lula sanciona lei que restringe o uso de celulares nas escolas e reforça foco no aprendizado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (13), o Projeto de Lei nº 4.932/2024,…

Enem 2024 registra maior adesão e crescimento nas notas médias

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foram apresentados nesta segunda-feira (13), destacando avanços…

DAM da TFF 2025 já está disponível para emissão e pagamento

O Núcleo de Tributos e Arrecadação do Munícipio de Eunápolis informa que o Documento de Arrecadação Municipal…

Diálogo e amor a terra são a base do sucesso da APRUNVE e da Mulheres Guerreiras

Por Redação Oxarope
03/07/2024 - 01h22 - Atualizado 4 de julho de 2024

Publicado em - - -

Aprunve_1
“Hoje estamos caminhando a passos largos, mas já tivemos momentos difíceis. Onde ninguém tinha dinheiro, onde ninguém tinha recurso nenhum”, conta o presidente da Associação dos Produtores Rurais Unidos Venceremos (APRUNVE), Ailson Moronari.

Ele lembra que no início, quando eram um assentamento rural, o grupo passou por muitas dificuldades, mas por meio do diálogo com representantes da Veracel Celulose, as coisas começaram a mudar. “A diretoria antiga da APRUNVE se sentou com a Veracel para discutir sobre a área. E a Veracel cedeu a terra para irmos trabalhando. Ficamos durante 13 ou 14 anos, sem ter apoio de governo, sem ter apoio de ninguém, mas com o apoio da Veracel”, relata ele.

Localizada na zona rural de Porto Seguro, próxima ao Parque Nacional do Pau-Brasil, a área da APRUNVE conta hoje com cerca de 100 famílias de agricultores e com uma produção de mais de 50 produtos agrícolas, com destaque para café e cacau.

Segundo Moronari, os produtos da APRUNVE são comercializados em diversas feiras do município e, grande parte é destinada ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal. “Atendemos as feiras de Porto Seguro. Inclusive o programa PAA é atendido, praticamente de 70 a 75% com produtos da APRUNVE’, destaca ele ao falar sobre as conquistas da associação.

DE VENTO EM POLPA – Moronari conta que além de ceder a terra, a empresa de celulose passou a apoiar as necessidades da associação. “Por exemplo, kit irrigação, ajuda técnica com o apoio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. E por aí, fomos andando a passos lentos, mas fomos caminhando. Hoje estamos na condição que estamos, em grande produção” comemora.

Ele diz que após a conversa com representantes da Veracel, o grupo formou a associação e acabou negociando a terra com a empresa. “Não é mais assentamento. É a comunidade que vai de vento em polpa, bem apoiada pela Veracel e todo mundo trabalhando em comum acordo”, destaca.

A Esalq, segundo Moronari, trouxe conhecimentos técnicos e ambientais.  Os agricultores participaram de vários cursos. “Começamos a adquirir conhecimento e todo mundo está produzindo em alta, graças a Deus”.

Além do apoio técnico, a empresa de celulose colaborou com a agroindústria, o galpão Parking House, com a doação de tratores, de implementos, com kits de irrigação para todos os agricultores e com adubo orgânico. “A Veracel é a peça-chave para estarmos na situação que estamos hoje”, conclui.

NÃO HÁ MONOCULTURA – As falas de Moronari são complementadas pela agricultora Maria José Ferreira Ramos, de 65 anos. Ela é a presidente da Associação de Mulheres Produtoras Rurais Agroecológicas (AMPRA), conhecida como Associação Mulheres Guerreiras.

Maria José salienta que nenhum dos agricultores da APRUNVE faz monocultura, todos trabalham com agricultura consorciada. “É banana com café. É banana com goiaba, com limão. Então, a gente aproveita bastante o espaço”, destaca ela.

A presidente da Mulheres Guerreiras explica como o plantio consorciado na área da APRUNVE, garante a sustentabilidade da produção.  “Antes de plantar o cacau, a gente planta a banana. Enquanto o cacau está pequeno, a gente vai tirando a banana para cobrir as despesas do cacau.  Depois, a banana cresce, a gente tira a banana e deixa o cacau, que já começou a produzir e já está dando uma rentabilidade”.

E foi justamente para garantir o aproveitamento deste excedente que nasceu a AMPRA, mais um dos “frutos” da parceria Veracel e APRUNVE, que conta com um grupo de 23 mulheres.

Maria José destaca que com o apoio técnico da Esalq, o grupo fez o projeto da agroindústria, que foi apresentado a Veracel. “Não tínhamos condições de construir uma cozinha. Nós fazíamos nos fundos das nossas casas. Conversamos com representantes da Veracel e eles pediram para nós nos organizarmos, que eles estavam dispostos a nos ajudar”.  Após esta conversa, o grupo registrou a associação.

Hoje a AMPRA, ou associação Mulheres Guerreiras, produz geleias, bolos, chips de bananas e aipim, que são comercializados em feiras de eventos organizados pelo Sebrae, por exemplo, e atendendo a coffee breaks.  

AGRICULTURA FAMILIAR, UMA FERRAMENTA DE GERAÇÃO DE RENDA

Segundo o gerente de Responsabilidade Social e Comunicação da Veracel Celulose, Alexandre Campbell, a Veracel acredita que a agricultura familiar é uma ferramenta de geração de renda e de uso compartilhado do território. “Nós acreditamos que são ações como essa que geram renda para a comunidade, e conseguem fazer a agricultura familiar socioambiental e sustentavelmente. Por isso, acreditamos muito nesse modelo de agricultura familiar”, salienta ele.

O grande objetivo da Veracel, diz ele, ao apoiar projetos como a APRUNVE, é gerar a autonomia. Ou seja, para que a médio ou longo prazo, eles possam caminhar sozinhos, gerar renda e gerar oportunidades. “Lá na APRUNVE, por exemplo, surgiu a AMPRA, que é a associação de Mulheres Guerreiras. A partir do sucesso da APRUNVE, as mulheres da comunidade se uniram e formaram essa associação, para justamente beneficiar os produtos que são gerados lá e gerar mais valor”.

Ele lembra que a empresa apoia também a associação Mulheres Guerreiras e ressalta que o objetivo da Veracel é que elas consigam se desenvolver. “Continuamos próximos, gerando um bom diálogo e continuamos apoiando-os”, reforça ao falar das duas associações.

Campbell enfatiza que a APRUNVE e a Mulheres Guerreiras são associações formadas por pessoas realmente comprometidas em produzir com qualidade, respeitando o meio ambiente e gerando renda. “Ficamos felizes de ver o quanto eles evoluíram. É um motivo de muito orgulho para nós”, conclui.

1

Mais recentes

Projeto Anjinhos da Praia em Porto Seguro

Com o objetivo de promover a educação e a segurança aquática entre crianças de 7 a 12 anos, o projeto Anjinhos da Praia começou nesta…

Produção industrial baiana recua em novembro, com quedas em comparação anual e mensal

A produção industrial na Bahia registrou queda de 0,6% em novembro de 2024 em relação a outubro, repetindo o índice de retração do Brasil como…

Lula sanciona lei que restringe o uso de celulares nas escolas e reforça foco no aprendizado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (13), o Projeto de Lei nº 4.932/2024, que limita o uso de aparelhos eletrônicos portáteis,…

Enem 2024 registra maior adesão e crescimento nas notas médias

Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foram apresentados nesta segunda-feira (13), destacando avanços significativos na participação e no desempenho dos estudantes….

DAM da TFF 2025 já está disponível para emissão e pagamento

O Núcleo de Tributos e Arrecadação do Munícipio de Eunápolis informa que o Documento de Arrecadação Municipal (DAM) referente à Taxa de Fiscalização e Funcionamento…

Belmonte recebe investimentos em saúde e infraestrutura com parceria do Governo Estadual

O município de Belmonte conquistou novos avanços nas áreas de saúde e infraestrutura, em um esforço conjunto liderado pelo prefeito Iêdo Elias. Durante uma reunião…

Itabela: Prefeito Ricardo Flauzino participa de reunião institucional com a Juíza de Direito Tereza Júlia do Nascimento

O prefeito de Itabela, Ricardo Flauzino, deu continuidade às reuniões institucionais ao se encontrar com a juíza de direito Tereza Júlia do Nascimento, titular da…

Prefeitura remove mais de 5 mil toneladas de entulho das ruas de Eunápolis

A Prefeitura de Eunápolis já retirou mais de 5 mil toneladas de entulho das ruas em apenas uma semana de 2025. A operação, parte do…

Prefeitura de Itapebi alinha estratégias com a SESAB para enfrentar danos das chuvas

Nessa segunda-feira (13), a Prefeitura Municipal de Itapebi realizou uma reunião estratégica com representantes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) para coordenar…

Governador Jerônimo Rodrigues fala sobre chuvas que atingiram a Bahia

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, detalhou na manhã desta segunda-feira (13) as ações do governo para socorrer os municípios atingidos pelas fortes chuvas que…

Forte chuva em Itapebi deixa ruas alagadas e famílias desalojadas 

Uma forte tempestade atingiu Itapebi neste sábado (11), causando alagamentos em várias ruas e a invasão de residências na cidade alta do município. A chuva…

Meta tem até segunda-Feira (13) para explicar mudanças nas políticas de moderação

A Meta, empresa responsável por redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp, foi notificada pelo governo brasileiro e tem prazo até segunda-feira, 13 de novembro,…

STF determina prisão domiciliar para mães de crianças menores de 12 anos

Em uma decisão com impacto humanitário e jurídico, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tentou nesta quinta-feira (9) a realização de mutirões…

Receita Federal esclarece: transferências por pix não serão tributadas

A Receita Federal veio esclarecer ao público que as novas regras de fiscalização de transferências financeiras via Pix não significam a criação de um imposto…

Estreia Vitoriosa: Porto Sport Club Vence Jacobina no Baianão 2025

A equipe anfitriã venceu o Jacobina por 2 a 0, em jogo realizado na noite deste sábado, 11, no Estádio Agnaldo Bento dos Santos. Na…

Rolar para cima