
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, reagiu com veemência às declarações do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que afirmou que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”. Durante um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Derrite classificou a fala como “absurda” e questionou o preparo do ministro para lidar com o crime organizado no país.
Em sua fala, Derrite defendeu os avanços das forças de segurança paulistas, destacando a redução dos índices de criminalidade e a eficiência das operações. Segundo ele, São Paulo registrou, em janeiro, o menor índice de homicídios dolosos para o mês desde o início da série histórica, em 2001. Os roubos também atingiram o menor patamar para janeiro nos últimos 24 anos.
Diante da repercussão negativa e da evidência de representantes das forças de segurança e governadores, Lewandowski voltou atrás. Na nova declaração, disse que a polícia brasileira é “altamente eficiente e qualificada” , e que sua fala anterior foi tirada de contexto. O ministro também defendeu mais investimentos, melhores condições de trabalho e estrutura adequada para as corporações.
A mudança de postura evidencia não apenas a pressão sobre o governo federal, nem o debate sobre a segurança pública, como também a necessidade de alinhar o discurso entre as diferentes esferas do poder para fortalecer as instituições responsáveis por garantir a ordem no país.