A recente decisão de Donald Trump de importar uma taxa de 10% sobre todas as exportações chinesas reacendeu um embate que marcou seu primeiro mandato: a guerra comercial com Pequim. No entanto, a resposta da China, até agora contida, segue um manual já testado em conflitos anteriores. A grande questão é: a estratégia será a mesma ou novas medidas mais agressivas podem surgir?
Uma nova guerra comercial pode ser diferente?
Em 2018, quando Trump iniciou a primeira onda de tarifas contra a China, Pequim respondeu com medidas recíprocas, mirando setores estratégicos dos EUA, como a agricultura. No entanto, o cenário atual traz desafios diferentes:
- Menor dependência dos EUA : A China impediu sua dependência das exportações americanas, diversificando fornecedores e mercados, incluindo o Brasil para importação de produtos agrícolas.
- Economia doméstica mais frágil : A desaceleração da economia chinesa pode fazer com que Pequim adote uma abordagem mais cautelosa para evitar impactos ainda maiores no crescimento interno.
- Novas ferramentas de retaliação : Além das tarifas, a China tem estratégias de disposição como restrições tecnológicas e controles sobre cadeias de suprimentos globais.
O que Pequim pode fazer agora?
Diante da nova ofensiva de Trump, a China pode seguir três caminhos principais:
- Retaliação proporcional
Seguindo o modelo de 2018, Pequim pode importar tarifas sobre produtos americanos em setores estratégicos, como energia e tecnologia. No entanto, com menor dependência do comércio dos EUA, essa opção pode ter menos impacto do que antes. - Aposta na diplomacia econômica
A China pode fortalecer laços comerciais com outras potências, como a União Europeia e as economias emergentes, diminuindo ainda mais a influência americana sobre suas exportações. - Restrições tecnológicas e financeiras
Pequim pode aumentar os controles sobre terras-raras (materiais essenciais para a indústria tecnológica americana) ou adotar medidas para enfraquecer o dólar no comércio asiático.
Qual o impacto global?
A nova guerra comercial entre EUA e China já provocou reflexos nos mercados financeiros, com alta do dólar e aversão ao risco em bolsas de valores. Se a tensão aumentar, os impactos podem se estender a países emergentes, afetando o comércio global e encarecendo produtos dependentes de insumos chineses.
Conclusão: A China deve reviver ou recuperar?
Diante da pressão de Trump, Pequim enfrentou um dilema estratégico: retaliar pode fortalecer sua posição política interna, mas também pode agravar desafios econômicos já existentes. Por outro lado, evitar uma escalada imediata pode ser a melhor saída para preservar seu crescimento e buscar alternativas diplomáticas.
A resposta chinesa nos próximos dias será garantida para o boato dessa nova guerra comercial – e para a economia global como um todo.