A disputa pela presidência da Câmara de Santa Cruz Cabrália, revela tensões entre o prefeito eleito Girlei e os vereadores eleitos para a próxima legislatura. A falta de diálogo entre Executivo e Legislativo, prometida como prioridade durante a campanha, tem gerado preocupações sobre possíveis impactos na governabilidade e no cumprimento de propostas para a cidade.
Nos bastidores políticos de Santa Cruz Cabrália, o clima de articulação para a escolha do novo presidente da Câmara está sendo marcada por debates e discordâncias. A ausência de conversas entre o prefeito eleito Girlei e os sete vereadores que tomarão posse a partir de janeiro preocupa líderes políticos e eleitores. Durante a campanha, Girlei destacou a importância do diálogo, mas até agora não consolidou essa postura frente aos parlamentares.
Os vereadores Raul do Campinho, Rodrigo de Jonas, Popô do Ovo, Ernani Pataxó, Alcântara Martins, Indira e Elizângela da Marcação, que foram eleitos na oposição, afirmam estar abertos à cooperação, mesmo representando correntes políticas distintas. Segundo um dos parlamentares ouvidos, “Nossa prioridade é a população de Cabrália, e isso só será possível se o Executivo trabalhar lado a lado com o Legislativo”.
Especialistas alertam que a falta de entendimento inicial pode impactar negativamente o início do mandato do prefeito, dificultando projetos de interesse público, como saúde, educação e infraestrutura. A governabilidade, nesses casos, depende de harmonia entre os poderes.
A presidência da Câmara Municipal tem papel estratégico, pois controla a pauta legislativa e pode facilitar ou dificultar a tramitação de projetos do Executivo. Conforme prevê a Constituição Federal, vereadores são eleitos democraticamente para representar os anseios da população no Legislativo, e o prefeito, como chefe do Executivo, deve priorizar essa relação para atender às demandas da cidade.
Santa Cruz Cabrália, localizada em uma região com grande relevância histórica e turística, enfrenta desafios estruturais e sociais que demandam governança integrada. Para analistas locais, uma gestão alinhada entre os dois poderes seria essencial para alavancar projetos e recuperar a confiança da população no setor público.
A eleição para a presidência da Câmara está prevista para o início de 2025, mas os próximos dias devem definir os rumos das alianças.