O Mercosul e a União Europeia negociam uma declaração pública sobre o futuro do acordo comercial entre os dois blocos. A ideia é ressaltar que as negociações trouxeram avanços técnicos para entendimentos futuros. Segundo Paulo Niccoli Ramirez, cientista político e professor de sociologia da ESPM, o Brasil recorreu à Alemanha e à Espanha para tentar destravar as negociações, mas sem sucesso.
“Os dois países estão alinhados ao governo brasileiro com a intenção de produzir maior empregabilidade, maior grau de conhecimento científico e tecnológico a partir de cooperação mútua e investimentos. A França discorda do acordo entre os blocos, principalmente por reduções alfandegárias em relação aos produtos agrícolas brasileiros competindo com o seu mercado interno. A França sempre se posicionou contrária ao pacto ao longo das duas décadas de negociações”, comenta Ramirez.
O especialista ressalta que a decisão pública do presidente Macron colocou um freio nas negociações. “A saída entre os dois blocos é uma divulgação de um documento público que indique os avanços nos últimos meses em ritmo acelerado, com reuniões semanais, impulsionadas pelo desejo do presidente Lula. Esse comunicado também está sendo pensado para diminuir o impacto negativo e que reduza a frustação”, conclui Ramirez.
Fonte: Paulo Niccoli Ramirez, cientista político e professor de sociologia da ESPM