
Durante duas semanas, Curitiba se transformou no centro das atenções da cena cultural brasileira. A 33ª edição do Festival de Curitiba recebeu mais de 200 mil pessoas, reafirmando seu compromisso com o lema “Para Todos” e expandindo as fronteiras da arte para além dos palcos tradicionais. Com mais de 350 atrações, o festival de 2025 abraçou diversidade regional, acessibilidade e inclusão, consolidando-se como espaço de encontro, formação e celebração artística.
Arte acessível: inclusão como prioridade
Neste ano, o festival deu passos decisivos rumo à democratização da arte. Espetáculos com audiodescrição, tour tátil para pessoas cegas e a segunda edição da Mostra Surda de Teatro garantiram que públicos historicamente excluídos participassem ativamente. A mostra reuniu 1.500 espectadores, com sete espetáculos em Libras, atividades infantis, dança e poesia surda, marcando presença de grupos de várias regiões do Brasil e da América do Sul.
Representatividade regional inédita

A Mostra Lúcia Camargo apresentou, pela primeira vez, companhias das cinco regiões do país, sob curadoria de Giovana Soar, Danielle Sampaio e Patrick Pessoa. A presença de quatro grupos internacionais, incluindo o coletivo que encenou “A Velocidade da Luz” nas ruas do centro de Curitiba, trouxe diálogos potentes sobre envelhecimento e diversidade em pleno espaço urbano.
Mostra Fringe: ocupação total da cidade
A Mostra Fringe, com 280 espetáculos de 11 estados e cinco países, ocupou ruas, praças e quatro municípios da Região Metropolitana. Mais de dez apresentações foram traduzidas em Libras, e duas ofereceram audiodescrição. Além disso, 48 oficinas fortaleceram o intercâmbio entre artistas e público, com forte participação de escolas da rede pública.

Gastronomia, humor e experiências sensoriais
O Risorama atraiu 8,1 mil pessoas em sessões esgotadas. Já o Gastronomix uniu música e alta gastronomia, com 16 horas de shows e mais de duas toneladas de comida servida. A iniciativa reforça o papel do festival como experiência sensorial completa.
O público infantil também teve vez: o Guritiba vendeu 2 mil ingressos e, em parceria com a Prefeitura, levou outras 2 mil crianças da rede pública ao teatro. O tradicional Mish Mash, com sua mistura de magia, música e circo, lotou sessões no Teatro UP Experience.
Economia criativa em alta
A terceira Rodada de Conexões reuniu 70 participantes, gerando 380 oportunidades de negócio. A estimativa é de uma movimentação entre R$ 14 e R$ 18 milhões nos próximos meses. No total, o festival injetou mais de R$ 50 milhões na economia local, segundo entidades do setor de turismo e entretenimento.
Um palco para o Brasil inteiro

A 33ª edição do Festival de Curitiba não apenas refletiu a diversidade do país — ela ampliou os acessos, criou pontes culturais e reafirmou o papel da arte como direito fundamental. A cada edição, o evento se reinventa, aproximando públicos e vozes, e transformando a cidade em um grande palco de possibilidades.