
Um país que se pretende justo precisa começar pelos seus cidadãos mais jovens. E foi com esse princípio que o Governo Federal lançou a estratégia “Crescer em Paz”, um conjunto de 45 ações articuladas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para proteger crianças e adolescentes da violência — dentro e fora do ambiente digital.
O anúncio oficial ocorreu nesta quinta-feira (10), em Brasília, e contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o ministro Ricardo Lewandowski, que destacou a importância da participação social na construção de políticas públicas voltadas à infância. A proposta tem previsão de investimento de R$ 82 milhões em 2025.
O que é a estratégia Crescer em Paz?
É uma resposta direta ao cenário preocupante de insegurança que atinge crianças e adolescentes em diferentes contextos: violência urbana, abusos digitais, tráfico de pessoas e exclusão social. O plano foi estruturado em quatro eixos principais:
Insegurança e vulnerabilidade
Justiça
Ambiente digital
Jornadas vulneráveis
A meta é ir além do combate à violência. A proposta envolve prevenção, acolhimento, acesso à justiça, formação de profissionais e modernização de investigações, além de ações específicas para segurança digital — um dos maiores desafios da atualidade.
Destaques do plano
Criação de comitês consultivos para combater crimes digitais e revisar a classificação indicativa de conteúdos
Implementação de programas como o Cria e o Pipa, voltados à prevenção de violências em comunidades
Parceria com instituições como Unicef, CIEE e IFs (Institutos Federais) para desenvolver ações em diversos estados
Apoio à escuta protegida e fortalecimento da rede intersetorial de proteção
Por que isso importa?
Sou da opinião de que proteger crianças é mais do que um dever legal — é uma questão moral. Quando o Estado assume o compromisso de integrar políticas públicas de segurança, educação e saúde, dá um passo real em direção a um país mais igualitário.
A violência contra crianças e adolescentes não começa só com o ato — ela se forma no silêncio das escolas, na omissão da sociedade e na ausência de políticas eficazes. A Crescer em Paz acerta ao reconhecer que a resposta exige articulação e investimento contínuo.
Mais do que combater sintomas, essa estratégia busca transformar estruturas.