Em visita à Ásia, presidente destaca multilateralismo, livre-comércio e reforça imagem de um país moderno e respeitado no cenário internacional
Durante a coletiva de imprensa em Hanói, no Vietnã, antes de retornar ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro: o Brasil precisa ocupar o centro das decisões globais com uma postura ativa, confiante e cooperativa. “Quem tem que vender as coisas do Brasil é o Brasil”, afirmou, destacando que o país tem qualidades únicas a oferecer ao mundo.
A visita oficial ao Japão e ao Vietnã não apenas rendeu frutos comerciais — como a venda de 15 jatos da Embraer e a abertura do mercado vietnamita à carne brasileira — como também fortaleceu a imagem do Brasil como um defensor do livre-comércio, do multilateralismo e da diplomacia climática.
O Brasil que se apresenta ao mundo
Lula enfatizou que a política externa brasileira está comprometida com o respeito mútuo, a cooperação internacional e o desenvolvimento sustentável. Ao citar a realização da COP30 em Belém (PA), ele reforçou que o evento será uma oportunidade histórica de “mostrar a Amazônia como ela é” e cobrar financiamento climático dos países ricos.
“Todo mundo fala da Amazônia, mas pouca gente conhece”, alertou o presidente.
Diplomacia econômica em movimento
Além dos compromissos ambientais, a comitiva brasileira buscou ampliar os laços comerciais com países estratégicos. Lula vê no Vietnã uma porta de entrada para o Brasil na Ásia e propôs a inclusão do país no acordo com o Mercosul. No Japão, questionou a queda no volume do comércio bilateral e indicou que há espaço para retomada.
Protagonismo global exige atitude
Lula foi direto ao afirmar que o Brasil não aceitará passivamente tarifas injustas, como as impostas pelos Estados Unidos, e recorrerá à OMC se necessário. Para ele, ser competitivo no mercado global também significa defender com firmeza os interesses nacionais.
“Nós queremos que as empresas brasileiras voltem a construir o mundo”, declarou.
Mais do que discursos, ações
Ao assumir compromissos concretos como o desmatamento zero até 2030 e o investimento em energias limpas, Lula mostra que o Brasil quer liderar pelo exemplo. A mensagem é clara: o país não está de volta ao jogo global apenas como coadjuvante, mas como protagonista de soluções para os grandes desafios do século.