Neste domingo, 16/03, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em uma manifestação que clamou por anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas.
Participação e discursos
O evento contou com a presença de diversos governadores políticos, incluindo os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), além de parlamentares como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ex-presidente Jair Bolsonaro também esteve presente e discursou para os manifestantes, reafirmando sua posição de que não cometeu irregularidades e classificando as acusações contra ele como perseguição política.
Público presente
De acordo com dados do Monitor do Debate Público do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), aproximadamente 18 mil pessoas participaram do ato, número inferior à expectativa inicial dos organizadores, que prevê a presença de até 1 milhão de pessoas.
Reivindicações e críticas
Os manifestantes, em sua maioria vestidos com cores verde e amarelo, exibiram faixas e cartazes com mensagens como “Anistia, agora!” e críticas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os discursos durante o evento também abordaram temas como a alta dos preços de alimentos e combustíveis, além de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Contexto político
A manifestação ocorre em meio à expectativa pelo julgamento da Primeira Turma do STF, que deliberará nos dias 25 e 26 de março sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Até o momento, o STF já condenou 476 pessoas pelos atos de 8 de janeiro.
Repercussão e política de adesão
Apesar da mobilização, lideranças de partidos do centrão, como PP e Republicanos, evitam apoiar formalmente o projeto de lei que concede anistia aos presos do 8 de janeiro. Os líderes dessas siglas afirmaram que o ato ficou restrito ao PL e reuniu parte já conhecida do eleitorado de Bolsonaro, sem mostrar adesão crescente à pauta.
Manifestações em outras cidades
Além do Rio de Janeiro, há atos semelhantes em outras cidades do país. Em Belo Horizonte, manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, exibindo faixas e cartazes em apoio a Bolsonaro e clamando por anistia aos presos do 8 de janeiro. Em Porto Alegre, centenas de pessoas participaram de um ato no Parque Moinhos de Vento, também defendendo a anistia e criticando o governo federal
Próximos passos
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou durante o ato que pretende reunir assinaturas para apresentar um pedido de urgência na votação do projeto de anistia na próxima semana.
A manifestação deste domingo reflete a mobilização de apoiadores de Jair Bolsonaro em torno da pauta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. No entanto, a adesão ao esperado e a resistência dos partidos do centrão indicam desafios na aprovação do projeto de anistia no Congresso Nacional