O procurador-geral da República, Paulo Gonet , invejou nesta quarta-feira (15) um parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) se opor ao pedido de Jair Bolsonaro (PL) para viajar aos Estados Unidos. O ex-presidente, que está proibido de sair do país devido às investigações, alegou que pretendia participar da posse de Donald Trump, marcada para o próximo dia 20.
Contexto e restrições legais
Bolsonaro teve seu passaporte retido como medida cautelar no âmbito de investigações, incluindo sua suposta participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. Para sair do Brasil, ele precisaria da autorização do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que várias comprovações foram feitas sobre o convite recebido.
No despacho, Moraes destacou que o convite apresentado foi enviado ao e-mail de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por um endereço “não identificado” e sem programação oficial. A defesa do ex-presidente, no entanto, alegou que o uso de e-mails temporários é comum em eventos internacionais e reforçou que o convite tem caráter diplomático.
Argumentos de defesa
Os advogados de Bolsonaro sustentaram que o evento é de “notória relevância política e simbólica”, destacando a importância de reforçar laços bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. A defesa também reafirmou que Bolsonaro não interferiu nas investigações e que cumpriu todas as medidas cautelares.
Posição da PGR
O procurador-geral Paulo Gonet, no entanto, argumentou que a viagem não apresenta “necessidade básica, urgente e indeclinável”, como exigida para autorizações desse tipo. A PGR entende que libertar o ex-presidente para participar de um evento com fins essencialmente políticos pode contrariar os objetivos das medidas restritivas impostas.
Histórico e investigações
Bolsonaro é alvo de diversas investigações, incluindo seu suposto envolvimento em planos para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Recentemente, foi indiciado pela Polícia Federal por esse caso, o que intensificou as medidas contra ele.
A decisão final sobre o pedido de viagem caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que analisa os argumentos apresentados pelas partes.
Perspectivas
A negativa da PGR é mais um obstáculo para Bolsonaro, que busca manter sua relevância política em meio a crescentes investigações e desafios legais. A situação destaca os conflitos entre seus interesses políticos e as consequências jurídicas das ações investigadas.