A nova edição do estudo Gestão do Território 2024, divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um mapa atualizado da influência política e econômica dos municípios brasileiros. Salvador aparece em destaque, consolidando-se como 9º maior centro de gestão do Brasil e 3º no Nordeste, atrás apenas de Recife e Fortaleza. Mas o que realmente chama atenção no cenário baiano é o crescimento de Eunápolis, que agora figura entre os dez municípios mais influentes da Bahia na gestão territorial.
O que é gestão territorial?
Antes de analisar os dados, é importante entender o conceito. Gestão territorial é o conjunto de estratégias e políticas para organizar o uso do espaço geográfico. Envolve desde a localização de hospitais, escolas públicas e setores até a presença de instituições e empresas que operam além do município.
Na prática, trata-se de identificar cidades com poder de articulação sobre outras, sejam elas vizinhas ou não, com base na presença de órgãos públicos descentralizados e empresas multilocalizadas.
Salvador: força política e econômica
A capital baiana se destaca com um índice elevado tanto na gestão pública quanto na gestão empresarial. Salvador ocupa a 12ª posição nacional em ligações empresariais e a 9ª em centralidade pública. Isso reflete sua estrutura robusta, com a presença de órgãos como Justiça Federal, Receita Federal, INSS e secretarias estaduais, além de empresas com atuação regional.
Bahia: concentração em poucos polos
Apesar do bom desempenho de Salvador, mais da metade dos municípios baianos (54,4%) não possuem nenhum grau de centralidade territorial. Isso evidencia a concentração das decisões administrativas e econômicas em poucas cidades. Além de Salvador, aparecem com destaque Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro, Camaçari e Barreiras.
Eunápolis surpreende e entra no top 10 da Bahia
Entre as novidades do estudo está a ascensão de Eunápolis, no extremo sul da Bahia. Com mais de 113 mil habitantes, o município agora é o 10º maior centro de gestão do território do estado, com um índice de 0,5683, classificado na quinta classe de centralidade.
Apesar de não ter a porta dos grandes centros, Eunápolis demonstra forte capacidade de articulação entre empresas e instituições públicas descentralizadas. O crescimento na gestão empresarial e a estabilidade na presença institucional reforçam sua influência na microrregião.
O que isso representa?
A presença de Eunápolis no ranking indica um novo cenário: cidades de médio porte, quando bem conectadas, também podem exercer papéis estratégicos no comando do território. Isso fortalece a necessidade de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento regional equilibrado, promovendo o protagonismo das cidades fora do eixo das capitais.
Por que isso importa?
Uma pesquisa do IBGE fornece dados essenciais para o planejamento urbano e regional. Saber quais municípios exercem influência territorial para direcionar investimentos, melhorar a distribuição de serviços públicos e apoiar a descentralização administrativa.